“O Sobrevivente” chega ao streaming e reacende distopia criada por Stephen King

Adaptação de Edgar Wright retoma a crítica social extrema do livro e dialoga com o clássico dos anos 1980

O Sobrevivente deixou as salas de cinema e já está disponível no streaming para aluguel ou compra, marcando um novo capítulo para uma das distopias mais agressivas de Stephen King. Desde já, o filme dirigido por Edgar Wright adapta o livro O Concorrente, publicado em 1982 sob o pseudônimo Richard Bachman, e aposta em uma leitura mais fiel ao espírito original da obra.

Antes de tudo, é importante esclarecer: não se trata de um remake direto do filme de 1987, estrelado por Arnold Schwarzenegger. Naquela versão, a crítica social virou espetáculo de ação exagerado. Agora, Wright segue outro caminho. Em vez do humor involuntário, ele retoma o tom cruel, desesperado e politicamente inflamado do livro, como destacou a Rolling Stone Brasil.

Além disso, as semelhanças entre as duas versões existem, mas param na premissa. Em ambas, um homem comum participa de um reality show mortal transmitido ao vivo. No entanto, enquanto o filme dos anos 80 apostava em frases de efeito e vilões caricatos, a nova adaptação prefere o medo constante e a sensação de colapso social.

O Sobrevivente filme e o espelho da sociedade atual

No O Sobrevivente filme, a violência não recebe verniz estético. Desde cedo, a mídia aparece como braço do poder. Ao mesmo tempo, o público se torna cúmplice do massacre. Como resultado, a pobreza empurra pessoas comuns para o entretenimento da morte. Glen Powell constrói Ben Richards como um sujeito encurralado, movido mais pela raiva do que pelo heroísmo.

Consequentemente, o longa se aproxima muito mais do livro de King. A história se passa em um futuro próximo, dominado por vigilância, desigualdade e espetacularização do sofrimento. Segundo a Rolling Stone, Edgar Wright dobra a aposta no desconforto e evita suavizar o material.

Por fim, o filme provoca mais do que diverte. Em vez de escapismo, ele funciona como alerta. Talvez por isso dialogue tanto com o clássico dos anos 80, mesmo seguindo outro caminho. As histórias são diferentes. A indignação, não. O filme está disponível para alguel e compra no streaming Prime Vídeo.

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