Filmes e Séries

Sentimental Value: crítica revela drama familiar com soluções ignoradas

Análise aponta falha narrativa ao negligenciar resolução prática para traumas familiares

16 de dezembro de 2025 - 09:09 - Atualizada em: 16 de dezembro de 2025 - 11:19

Matheus Graboski

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Cena de "Sentimental Value": conflito intergeracional que demanda soluções práticas ignoradas pelo roteiro.

“Sentimental Value” apresenta Gustav Borg (Stellan Skarsgård), cineasta que busca reparar danos causados às filhas Nora e Agnes décadas após o divórcio. Entretanto, o filme é criticado por prolongar artificialmente conflitos que terapia resolveria pragmaticamente. A obra de Joachim Trier, embora tecnicamente refinada, falha ao romantizar a dor sem propor caminhos concretos.

Sentimental Value: Terapia como solução negligenciada

Na prática, a trama poderia ter se resolvido em alguns sessões com intervenção profissional. Conforme apontado por análises do Omelete, o longa transforma sofrimento evitável em espetáculo cinematográfico. Além disso, a insistência em metáforas artísticas (como a casa-personagem) substitui enfrentamento real. Por outro lado, Skarsgård entrega atuação visceral, mas seu arrependimento tardio não justifica a jornada arrastada.

No entanto, a personagem de Nora simboliza o ápice do problema: feridas não tratadas que contaminam gerações. Embora as transições entre realidade e ficção sejam tecnicamente brilhantes, elas mascaram a ausência de progresso emocional. Assim, o filme torna-se paradoxalmente patético ao negar às personagens ferramentas básicas de cura.

Portanto, “Sentimental Value” é visto como oportunidade perdida para discutir saúde mental com responsabilidade. Apesar da fotografia impecável e elenco excepcional (incluindo Renate Reinsve), a narrativa falha ao ignorar que traumas familiares exigem mais que poesia cinematográfica.

“Valor Sentimental” (Original: Sick of You / I’m So Tired) é um filme norueguês aclamado que recebeu oito indicações ao Globo de Ouro 2026, sendo um dos mais lembrados, concorrendo a Melhor Filme de Drama, Direção, Roteiro, Atriz (Renate Reinsve), Ator Coadjuvante (Stellan Skarsgård) e Atriz Coadjuvante (Elle Fanning e Inga Ibsdotter Lilleaas), além de Melhor Filme de Língua Não Inglesa, destacando sua força e qualidade no cenário cinematográfico atual e sua grande chance na premiação.