Crítica: “O Agente Secreto” – Metáforas Bonitas e um Enredo que Cansa

Descubra por que "O Agente Secreto" divide opiniões: um visual deslumbrante de Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura, mas um ritmo que testa a paciência do público
Wagner Moura interpreta Marcelo, homem que retorna à Recife dos anos 1970 em meio a memórias e tensões políticas. Crédito: Vitrine Filmes/Divulgação

O Agente Secreto filme, dirigido por Kleber Mendonça Filho, está em cartaz nos cinemas brasileiros e chegou cercado de prestígio e expectativa. Estreou em mais de 600 salas e venceu prêmios em Cannes, o que aumentou o interesse do público e da crítica. No entanto, ao assistir à estreia, dividi a sala com apenas três pessoas — um contraste curioso entre o hype e o interesse real. Apesar da fotografia impecável e da direção cuidadosa, a narrativa se mostra lenta e simbólica, tornando a experiência cansativa para espectadores que esperavam algo mais direto. Para quem quer conhecer mais sobre a filmografia de Kleber Mendonça Filho, vale conferir também Bacurau e Aquarius, que mostram o lado mais envolvente do diretor.

Beleza Visual e Técnica Impecável

O maior destaque de O Agente Secreto filme é a fotografia. O diretor de fotografia Luca Del Bianco transforma o Recife dos anos 70 em um cenário melancólico e hipnotizante. As cores e a iluminação constroem uma atmosfera que simboliza os anos sombrios da ditadura militar. Apesar disso, o visual bonito não sustenta o filme por completo. As longas cenas contemplativas e a ausência de ritmo tornam a narrativa exaustiva. Além disso, a trama depende de conhecimento histórico e cultural, o que distancia parte do público.

Roteiro Cheio de Metáforas e Pouca Conexão

O roteiro de O Agente Secreto aposta em metáforas pesadas e um simbolismo político constante. Essa escolha exige esforço do espectador, que precisa decifrar camadas de sentido para entender a história. Quem não tem familiaridade com o contexto histórico da ditadura no Recife corre o risco de se perder. O título promete espionagem, mas não há agentes nem ação — apenas reflexões e diálogos. Assim, o filme fala mais de ideias do que de personagens. Isso o torna interessante no papel, mas pouco empolgante na tela.

Sucesso Pelos Nomes, Não Pelo Enredo

O sucesso de O Agente Secreto filme se explica pelo nome de Kleber Mendonça Filho e pela performance de Wagner Moura, vencedor em Cannes. Esses dois nomes são fortes o bastante para colocar qualquer projeto no centro das atenções. Além disso, há uma campanha em torno da possível indicação ao Oscar 2025, o que aumenta o prestígio. O marketing reforça o discurso de “filme obrigatório”, enquanto do público percebe uma obra fria, mais artística do que envolvente.

Conclusão: Belo, Técnico e Distante

No fim, O Agente Secreto filme impressiona pela técnica, mas falta emoção. A obra é sofisticada, tem belas imagens e um discurso político bem delimitado. Porém, falta coração. É um filme para quem aprecia cinema simbólico e político, não para quem busca emoção imediata. Mesmo premiado e elogiado, o longa parece feito para ser estudado e não vivido.

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