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Quem é Fletcher e qual a polêmica por trás da música “Boy”
A nova música da cantora Fletcher foi recebida de forma mista pelos fãs. A faixa “Boy”, primeiro single do novo álbum da artista, “Would You Still Love Me If You Really Knew Me?”, (em tradução nossa: você ainda me amaria se realmente me conhecesse?), narra um momento em que a americana beijou um garoto, e gostou mais que o imaginado.
A surpresa, no entanto, se dá pois Fletcher construiu boa parte de sua comunidade sobre a identidade LGBTQIAPN+. Ela chegou a ser chamada de “Taylor Swift queer“. Ela estourou com a música “Becky’s So Hot”, em que falava em como a então namorada da ex de Fletcher era atraente.
Quem é Fletcher
Cari Elise Fletcher nasceu em 19 de março de 1994, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Ela estreou no cinema como Katie Howard no filme “How Katie Howard Found Herself”, e participou da primeira temporada do The X Factos nos EUA.
O primeiro EP de Fletcher, “Finding Fletcher”, foi lançado em 2016. No mesmo ano, veio “you ruined new york city for me”. O primeiro álbum, “Girl of My Dreams”, saiu em 2022. O sucesso viral veio em 2022, com “Becky’s So Hot”.
“Boy” é o primeiro single do novo álbum dela, marcado para sair em 18 de julho. A música é mais uma das tantas na discografia da americana sobre relacionamentos (fato que lhe conferiu o título de Taylor Swift queer, e até a oportunidade de participar da The Eras Tour, turnê da loirinha que passou pelo Brasil em 2023).
Polêmica com “Boy”
Na faixa, ela canta: “Eu tenho guardado um segredo, e acho que não consigo mais esconder. Estive me escondendo no norte da Califórnia, onde ninguém sabe quem eu era antes, onde não vão me julgar de manhã. Estávamos contando, a música parou, estávamos esperando a bola cair, fechei os olhos e me inclinei. Eu beijei um garoto”.
A história narra um beijo entre Fletcher e um garoto durante o Ano Novo. Ao longo da música, ela reconhece que essa história talvez não seja o que os fãs querem ouvir: “Não estava no seu cartão de bingo para este ano, e nem no meu”, e a confissão: “estou com medo do que você vai pensar de mim”.
A letra crua e sincera, no entanto, foi lançada em junho, Mês do Orgulho LGBTQIAPN+.
À Rolling Stone, Fletcher contou mais sobre sua identidade queer e como essa nova experiência ocorreu.
— Algumas pessoas ficarão desapontadas e se sentirem confusas e terem perguntas. Eu também tive perguntas e fiquei confusa. Me chocou tanto quanto qualquer pessoa — contou.
Ela chegou a dizer que ser queer “é a lente pela qual eu vejo o mundo”, e que essa identidade não vai mudar.
Fãs, no entanto, expressaram decepção com a revelação da cantora. No TikTok, uma fã disse: “[É um problema] a partir do momento que você fala numa entrevista que você se permitiu crescer e evoluir, que você saiu de um drama sáfico e que agora você está mais calma e que você conheceu um garoto e se apaixonou por ele”.
O contexto, de tudo isso ter ocorrido em meio ao Mês do Orgulho, também veio à tona. Algumas pessoas ironizaram: “Não consigo imaginar o quão difícil é ser abertamente bi e namorando um homem branco nesse cenário político. Sua dificuldade de se mostrar o que a sociedade já espera de você é grande e merece ser discutido no Mês do Orgulho, entre todos os meses!”
Em uma publicação no Instagram da cantora, outra fã comentou: “A carreira toda dela construída ao redor do fato que ela ama mulheres – suas músicas, entrevistas, tudo. Não aguento quando artistas se intitulam lésbicas, só para mudar de ideia como se fosse só uma fase. Como se, de alguma forma, “o cara certo” pudesse mudar tudo […] Pare de usar a identidade lésbica como uma ferramenta de marketing. E pare de mudar a narrativa só porque você estava afim de uma mudança de marca”.
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