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Em 2024, o Lagum completa dez anos de carreira. Neste meio tempo, a banda floresceu no cenário musical através de duas palavras: perseverança e amizade. O sonho de conquistar o mundo dos então cinco garotos de Minas Gerais, Pedro Calais, Chico Jardim, Otávio Cardoso, Glauco Borges e Breno Braga, seguiu na voz e nos instrumentos de apenas quatro – o baterista Breno faleceu em decorrência de um mal súbito, em 2020. Em entrevista exclusiva para a Atlântida, a banda revelou que os objetivos claros, o respeito mútuo e a paixão pela arte transformaram o grupo na potência internacional que conhecemos hoje. No começo do próximo ano, o Lagum ultrapassa a fronteira do Brasil rumo a uma nova turnê na Europa.
Para o guitarrista, Otávio “Zani” Cardoso, o grupo está vivendo “uma das melhores fases criativas”. A novidade europeia não chega sozinha. Nesta segunda-feira, 03, o Lagum lança a versão Deluxe do álbum “Depois do Fim”, com 11 faixas novas, duas inéditas, instrumentais e versão a capella.
Em 2014, a Lagum estava recém começando a sua trajetória. Nesse meio tempo, vocês evoluíram enquanto pessoas e artistas. O que ficou daqueles meninos de 10 anos atrás?
Pedro Calais: Essa é uma pergunta complexa. Quase tudo realmente mudou. Mas eu acredito que o que permanece, o que faz a gente estar junto até hoje são os objetivos em comum. Nós nos respeitamos demais. Quando um tem uma ideia muito forte, o outro abre mão. A gente tem uma flexibilidade muito boa.
Acho que os grupos hoje em dia estão em extinção, nós somos uns dos poucos que sobraram. Então pra mim, essa perseverança e a nossa amizade é algo que permaneceu e que nunca vai acabar se Deus quiser.
O Lagum tem uma identidade muito forte na música. Como vocês criaram esse estilo tão único?
Glauco Borges: Foi pelo fato da gente ouvir músicas diferentes e músicas iguais ao mesmo tempo. Então, isso dá para a gente uma fonte de inspiração. É como se a gente pegasse todos esses sons que ouvimos e jogamos no liquidificador. O resultado é um som familiar, tanto pra gente quanto para quem nos escuta. É algo familiar, só que ao mesmo tempo é novo. Eu acredito que essa seja a fórmula para criarmos algo que a gente curta e nossos fãs também.
Vocês acabaram de anunciar uma nova turnê na Europa. Além dessa novidade, o que podemos esperar para os próximos meses da banda?
Otávio “Zani” Cardoso: A gente acabou de fechar uma turnê internacional em que adicionamos novas datas em lugares que nunca fomos, como Irlanda e Holanda. No início do ano que vem a gente está indo para lá.
Além disso, nós estamos em uma fase muito legal com um estúdio só nosso. A gente mora lá 24 horas por dia. Então, rola muita produção, muita conversa, muita troca. Tudo isso para poder construir essa nova era depois de Depois do Fim. Eu acho que essa é uma das nossas melhores fases criativas. Então, podem ficar tranquilos que tem muita coisa boa vindo aí.
Vocês têm alguma história especial com Florianópolis e Santa Catarina?
Pedro Calais: Floripa é um lugar muito legal. A última vez que a gente foi eu estava muito gripado, foi um show terrível, mas ao mesmo tempo muito divertido. Na penúltima vez que viemos eu surfei no Pico da Cruz.
SC é um lugar que sempre vale a pena ir com tempo, não só para trabalhar, mas para curtir e eu acho que ainda quero morar. Eu lembro que a primeira vez que eu pisei em Garopaba, eu falei assim: “velho, eu quero morar aqui. Não, eu quero morrer aqui quando for velho”. Eu adoro demais esse lugar.
Escrito por Julia Duvoisin
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