Reflexões do Pi: Somos música

A música numa boa parte das vezes é a manifestação do que queremos, e não temos; o que somos e não apresentamos. Aquilo que invariavelmente circula emCR nossos pensamentos, mas resiste em se tornar realidade pela covardia diante da repressão e culpa. A música é a expressão do adormecido por gotas de conformidade, afinal, a vida é assim. Somos muito pelo que não somos!

Nosso tão vago cemitério da própria morte, habita estagnado o tempo com o passar dele mesmo numa trilha sonora escrita e tocada por alguém que serviu de porta-voz dos nossos sonhos, desejos, medos e tantas outras rimas da pura e raivosa vida. A música em seu tempo, nos diz o que nos falta, ou o que transborda. Ela é nosso paradoxo tanto quanto a existência é. A música é nossa época, nossos dias, nosso andar, nosso pulsar, nosso sentir no instante que estamos. Ela é nossos todos tempos, no tempo que ela quer.

A música habita, tem moradia, mas vive pelas ruas. Pode estar na gente num momento, mas assim também se muda para outro qualquer e conquista esse do jeito dele, e não mais nosso.

A música é o que todos nós gostaríamos de ser, nem que fosse apenas num refrão de um clássico popular. A música sou eu, tu, ele, nós e a “voz” de todos eles!

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