Mudanças no Spotify: plataforma anuncia número mínimo de streams para ganhar royalties

O Spotify, serviço de streaming de música com maior número de usuários no mundo, confirmou que todas as canções da plataforma devem ter a partir de 1000 streams para começar a lucrar. Os artistas independentes, principalmente, estavam preocupados há semanas com o rumor de novas regulações envolvendo os royalties, valor cobrado pelo uso dos direitos autorais sobre uma obra musical. 

Desde a última terça-feira (21), a publicação no blog oficial do Spotify está entre as mais compartilhadas do site. Além dessa, outras políticas da empresa foram expostas com intuito de tentar conter o volume de conteúdo na plataforma e diminuir o risco de fraudes. 

De acordo com dados do Spotify, das 100 milhões de músicas no streaming, apenas 37,5 milhões cumprem os novos requisitos para gerar receita. Isso significa que cerca de 60% das faixas não vão entrar na lista de produções que vão ganhar royalties. 

Como esperado, diversos artistas emergentes usaram as redes sociais para expressar seu descontentamento com as novas políticas. Em uma entrevista para a Rolling Stones EUA, o grupo indie Damon e Naomi disse que a medida vai impactar negativamente o mundo musical, tirando cerca de 40 a 46 milhões de dólares de artistas ao redor do planeta. As mudanças chegaram depois da plataforma ter aumentado o preço da subscrição pela primeira vez em dez anos, afetando usuários no Reino Unido e nos Estados Unidos.  

Apesar da reviravolta, o Spotify justificou que a decisão não vai afetar todos os artistas e criadores de conteúdo. Segundo a plataforma, as músicas impactadas pela novas regras ganhavam em média  três centavos por mês e os distribuidores geralmente pagavam o mínimo de dois dólares em royalties. Logo, grande parte das músicas já não estariam sendo pagas.