O Telefone Preto 2 entrega mais terror sobrenatural e supera o original

O medo retorna mais pessoal e psicológico, explorando traumas, laços familiares e uma conexão assustadora entre o mundo dos vivos e dos morto
O Sequestrador (Ethan Hawke) retorna como entidade sobrenatural aterrorizante em O Telefone Preto 2, ampliando o terror nos sonhos das vítimas. Crédito: Universal Films/Divulgação

Fui ao cinema sem muitas expectativas, mas O Telefone Preto 2 me surpreendeu logo nos primeiros minutos. A continuação, dirigida novamente por Scott Derrickson, aprofunda a atmosfera sombria do filme original e leva a história para um nível mais sobrenatural, sem perder o suspense psicológico que fez do primeiro um sucesso. Enquanto o primeiro longa equilibrava o real e o imaginário, aqui o terreno do terror é ampliado — e essa escolha funciona muito bem. O retorno de Ethan Hawke como o Sequestrador é magnético, assustador, e, de certo modo, até mais perturbador.

Uma continuação que se justifica

Na minha opinião, essa sequência tem total razão de existir. Quando assisti ao primeiro filme, fiquei com uma dúvida intrigante: se as vítimas do Sequestrador conseguiam se comunicar após a morte, por que ele mesmo não poderia voltar? O Telefone Preto 2 responde essa pergunta com criatividade e uma boa dose de ousadia. Finney (Mason Thames) agora tenta lidar com os traumas do passado, enquanto sua irmã Gwen (Madeleine McGraw) assume o centro da narrativa e se torna o verdadeiro coração do filme. A atuação dela impressiona — intensa, vulnerável e poderosa.

Além disso, a ambientação nos anos 80 é um deleite à parte. O figurino, a fotografia granulada e as transições de lente reforçam o clima nostálgico e assustador, lembrando clássicos como “A Hora do Pesadelo” e “Sexta‑Feira 13”. No entanto, Derrickson não se contenta com a homenagem; ele reinventa esse imaginário dentro de uma trama emocional, centrada em laços familiares e no poder do medo.

Madeleine McGraw como Gwen enfrenta o Sequestrador em cena intensa de O Telefone Preto 2, destacando sua evolução como protagonista vulnerável e poderosa. Crédito: Universal Films/Divulgação

Mais sustos, mais tensão e ecos dos clássicos

Aqui o Sequestrador atinge um novo patamar de vilania. Transformado em uma entidade espectral, ele surge sobretudo nos sonhos das vítimas, o que inevitavelmente nos faz lembrar do lendário Freddy Krueger. A inspiração é clara, mas nunca chega a ser mera cópia. Derrickson maneja o conceito com habilidade — ele sabe quando assustar e quando deixar o espectador respirar.

Há cenas realmente intensas: os momentos em que Gwen tenta compreender suas visões, a nevasca que isola o acampamento e as ligações que ecoam do telefone quebrado… tudo isso cria uma sensação constante de aprisionamento e medo. E enquanto Finney enfrenta seus próprios demônios, percebemos que o verdadeiro horror está tanto no sobrenatural quanto nas cicatrizes humanas que ele carrega.

Visualmente, o longa é deslumbrante, especialmente nas transições entre o mundo real e os sonhos. A fotografia granula a imagem como se fosse uma fita antiga de VHS — um toque nostálgico que só reforça o clima de época.

Uma continuação que supera as expectativas

Depois de ver O Telefone Preto 2, ficou claro para mim que é uma daquelas raras continuações que realmente superam o original. O roteiro amarra pontas soltas, aprofunda os personagens e ainda entrega sustos genuínos. Pode não reinventar o terror, mas executa o que se propõe com segurança e muito estilo.

Se você é fã de histórias sombrias com toques de nostalgia, vale o ingresso — e com sobras. Quem ainda não assistiu ao primeiro, recomendo começar por ele antes de encarar esta nova viagem ao pesadelo. O Telefone Preto 2 continua em cartaz nos cinemas brasileiros.

Assista o trailer:

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